Atos autobiográficos
o suplemento da coleção
DOI:
https://doi.org/10.47677/gluks.v19i1.114Palavras-chave:
constituição de si, autobiografia, coleção, suplementoResumo
O artigo busca, por meio de atos autobiográficos, movimentar procedimentos de referências, afetos, singularidades e deslocamentos de textos desse gênero. Considera que o espaço autobiográfico é uma construção entre autor e leitor, no qual a intencionalidade de leitura e de escrita forma o gênero sem a necessidade de firmação de referencialidade. Logo, a afirmação de que tal espaço possa ser social, é apresentada como uma imagem do autor constantemente inserida em um ato autobiográfico de si. Quando a escrita autobiográfica ficcionaliza o autor, tornando-lhe também experenciável aos seus leitores, o eu autobiográfico pode revelar-se na qualidade de emoção compartilhada com o seu leitor, de maneira que a relação prestar-se-á afetiva operando uma desestruturação da autobiografia tradicional. Essa movimentação constante e em permanente mudança é operada aqui como analise descentrada e fluída, transição tanto individual quanto conjunta da elipse e da espiral, que possibilita a leitura de uma autobiografia enquanto coleção a partir da desconstrução.
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