"Pediu-me um documento humano, ei-lo aqui
um testamento da ficção machadiana no conto "O enfermeiro"
DOI:
https://doi.org/10.47677/gluks.v24i3.481Palavras-chave:
Machado de Assis, O enfermeiro, Século XIX, EstiloResumo
Este artigo estuda o conto "O enfermeiro", de Machado de Assis. Publicado na Gazeta de Notícias em 13 de julho de 1884 e retomado na coletânea Várias Histórias, de 1896, o texto é um repositório onde aparecem concentrados temas, estilos e formas da obra machadiana. Do periódico ao livro, ele assume sua forma final, desafia o modelo realista e contempla: um narrador memorialista e não confiável às voltas com a morte; o mistério como tentativa de cingir o injustificável; as flutuações de um sujeito à margem (pobre e possivelmente negro), lidando com a sorte; um crime sem castigo, a não ser o de uma culpa dissoluta; questões sociais do Brasil do século XIX na montagem dos dramas humanos do entrecho; a manipulação e a paródia de gêneros literários; o uso literário-composicional da tradição literária, além da apropriação de técnicas materiais da edição como procedimento ficcional. O universo machadiano compactado em pouco mais de três mil palavras.
Referências
AUTOR 1. artigo. 2020
AUTOR 1. capítulo de livro. 2023
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