O perigo do romance, ou a leitura em perigo?

Autores

  • Germana Araújo Sales UFPA
  • Jeniffer Jesus da Silva UFPA

DOI:

https://doi.org/10.47677/gluks.v24i3.510

Palavras-chave:

Crítica às leituras. Romance. Jornal religioso. A Cruz. Século XIX.

Resumo

No Brasil, durante o século XIX, mudanças significativas ocorreram com a chegada de uma modernidade tecnológica e ideológica, entre elas, a imprensa nacional e a circulação de livros e de narrativas sobre eles. No entanto, títulos e autores foram alvos de censura, em razão do afastamento dos preceitos religiosos da época e por serem considerados ameaçadores às instâncias de poder. É neste contexto que o presente trabalho recupera as críticas divulgadas no jornal A Cruz, “jornal religioso, literário, histórico e filosófico”, publicado no Rio de Janeiro entre 1861 a 1864. A partir da análise dos julgamentos feitos às obras ficcionais, é possível reconstituir as nuances ideológicas, políticas e religiosas enquanto posicionamentos contrários às leituras, as quais se encontravam distantes dos preceitos puramente moralizantes previstos para a ordem católica. O estudo revela as intenções específicas quanto à condenação das leituras, principalmente do romance, a qual serviu como um instrumento de persuasão na condução em direção aos dogmas cristãos e, principalmente, na afirmação da Igreja e de seus integrantes como detentores de um saber moralmente verdadeiro, em detrimento da potência de subversão de ideias a partir dos escritos literários disponíveis ao público leitor.

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Fontes primárias

A CRUZ. Rio de Janeiro: 1861 – 1864.

LABARUM. Maceió: 1874 – 1875.

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Publicado

2024-12-18

Como Citar

Araújo Sales, G., & Jesus da Silva, J. (2024). O perigo do romance, ou a leitura em perigo?. Gláuks - Revista De Letras E Artes, 24(3), 60–79. https://doi.org/10.47677/gluks.v24i3.510