Encenações de notícias populares

Uma breve análise da ficção em um jornal do Rio de Janeiro

Authors

  • Gustavo Estef Lino da Silveira

DOI:

https://doi.org/10.47677/gluks.v24i1.422

Keywords:

cenografia, Generos do discurso, notícia

Abstract

No presente artigo tentaremos discorrer sobre o conceito de cenografia com base nos estudos de Maingueneau (2013, 1997) e, como um tipo de notícia do jornal fluminense Extra pode ter vindo a sofrer um possível deslocamento no seu quadro cenográfico trazendo traços de outro(s) gênero(s) discursivo(s). Utilizaremos para tal finalidade a definição de gêneros do discurso de Bakhtin (1992) e Maingueneau (2013, 1997) e cenografia de Maingueneau (op. cit.) para tentar justificar a estabilidade (ou não) da notícia analisada dentro do seu quadro genérico. O corpus foi selecionado de uma notícia de jornal de bairro do suplemento ‘Baixada’ do jornal Extra. As notícias desta seção são escritas através de denúncias de leitores enviadas via aplicativo de mensagem WhatsApp à redação do veículo jornalístico. Na análise do corpus, podemos perceber que tal notícias sofreram um certo grau de alteração em seu quadro genérico se comparada a uma outra notícia que circula fora do suplemento ‘Baixada’ e que também não foi escrita através de denúncias oriundas do WhatsApp. A notícia que sofreu alteração no gênero tem entre suas características o fato de ter sido co-escrita pelo leitor do jornal através da denúncia enviada e o jornalista em questão e trazer a inserção de um personagem chamado Zé-Lador.

References

BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992.

BARROS, L. P.; KASTRUP, V. Cartografar é acompanhar processos. In: PASSOS, E.; KASTRUP, V.; ESCÓSSIA, L. (org.). Pistas do método da cartografia: pesquisa-intervenção e produção de subjetividade. Porto Alegre: Sulina, 2014. p. 52-75.

BERNARDO, G. Ficção demais faz mal? 2019a. Disponível em: http://www.revista.vestibular.uerj.br/coluna/coluna.php?seq_coluna=29. Acesso em: 31 jan. 2020.

BERNARDO, G. Tudo é ficção? 2019b. Disponível em: http://www.revista.vestibular.uerj.br/coluna/coluna.php?seq_coluna=30. Acesso em: 31 jan. 2020.

COSTA, L. B. Cartografia: uma outra forma de pesquisar. Revista Digital do LAV, Santa Maria, RS, v. 7, n. 2, p. 66-77, mai./ago. 2014.

KASTRUP, V. O funcionamento da atenção no trabalho do cartógrafo. In: PASSOS, E.; KASTRUP, V.; ESCÓSSIA, L. (org). Pistas do método da cartografia: pesquisa-intervenção e produção de subjetividade. Porto Alegre: Sulina, 2014, p. 32-51.

MAINGUENEAU, D. Novas tendências em análise do discurso. Campinas: Pontes, 1997.

MAINGUENEAU, D. Análise de textos de comunicação. São Paulo: Cortez, 2013.

NUNES, A. S. O dilema do boneco cidadão: o papel da imprensa popular é ser fiscal ou aliada da prefeitura do Rio? 2015. 127 f. Dissertação (Mestrado em Comunicação) – Faculdade de Comunicação Social, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2015.

PASSOS, E. BARROS, R. B. de. A cratografia como método de pesquisa-intervenção. In: PASSOS, E.; KASTRUP, V.; ESCÓSSIA, L. (org). Pistas do método da cartografia: pesquisa-intervenção e produção de subjetividade. Porto Alegre: Sulina, 2014, p. 17-31.

ROCHA, D. Cartografias em Análise do Discurso: rearticulando as noções de gênero e cenografia. D.E.L.T.A., v. 29, n. 1, p. 135-159, 2013.

ROLNIK, S. Cartografia sentimental: transformações contemporâneas do desejo. São Paulo: Estação Liberdade, 1989.

Published

2024-06-20

How to Cite

Silveira, G. E. L. da. (2024). Encenações de notícias populares: Uma breve análise da ficção em um jornal do Rio de Janeiro. Gláuks - Revista De Letras E Artes, 24(1), 156–176. https://doi.org/10.47677/gluks.v24i1.422