A infância como mecanismo literário: Uma leitura de Jane Eyre e O Morro dos Ventos Uivantes

Abstract

Quando o direito à infância é roubado pelas circunstâncias, ela se torna um mecanismo de defesa contra as mazelas mundanas. O presente artigo propõe a investigação da infância como ferramenta literária, para além de uma classificação etária. Através das obras das irmãs Charlotte e Emily Brontë, que apresentam personagens e experimentações literárias movidas pela sensação de ineditismo do mundo, próprias de criança, buscamos entender as relações entre o reinado da Rainha Victoria, as inúmeras categorias de orfandade que advêm deste período e a forma como a literatura estava mobilizada em prol das infâncias roubadas – muitas vezes das próprias autoras.