Diálogo transatlântico entre José de Alencar e Pinheiro Chagas
reflexões sobre a literatura brasileira do século XIX
DOI:
https://doi.org/10.47677/gluks.v24i3.490Keywords:
Indianismo Romântico, Romance Histórico, Relações Luso-brasileiras, José de Alencar, Pinheiro ChagasAbstract
RESUMO: Nosso artigo tem como objetivo discutir aspectos relacionados à consolidação da literatura brasileira nos dois lados do Atlântico através dos autores José de Alencar, do Brasil, e Manuel Pinheiro Chagas, de Portugal. Considerados pela historiografia literária como importantes escritores do século XIX em seus países, suas reflexões sobre a literatura em desenvolvimento no Brasil oitocentista oferecem parâmetros essenciais para entender a identidade literária em formação, além da influência dessas visões sobre os povos nativos brasileiros. A representação destes povos foi uma característica marcante nos romances indianistas do século XIX. É crucial compreender, portanto, como esses ideais eram abordados na literatura do período, analisando o contexto de colonização enfrentado por esses povos. A pesquisa utiliza não apenas os textos de Alencar, mas também estudos críticos de Antunes (2005), Marco (1991) e Franchetti (2007). Para Pinheiro Chagas, são analisados seus escritos em periódicos e pesquisas de Gandra (2012, 2015), Ribeiro (2009) e Abreu e Lima (1835). Buscamos assim evidenciar como o diálogo transatlântico entre Alencar e Chagas não apenas destacou as influências e críticas que moldaram a produção literária nacional, mas também ressaltou o potencial da literatura brasileira para se estabelecer como uma expressão autêntica e original de sua cultura e história.
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