A representatividade do sujeito o livro: “Se me deixam falar...”
testemunho de Domitila Barrios de Chungara, uma mulher da Bolívia – 25 anos depois
DOI:
https://doi.org/10.47677/gluks.v24i1.438Palavras-chave:
Representatividade do sujeito, análise do discurso, literatura de testemunho, campo biográfico contemporâneoResumo
Neste artigo, analisamos como se dá a representatividade de Domitila de Barrios, no testemunho hispano-americano “Se me deixam falar...”: testemunho de Domitila Barrios de Chungara, uma mulher da Bolívia – 25 anos depois, versão 2003, escrito por Moema Viezzer, a partir do testemunho oral de Domitila. Com base nas concepções da configuração do espaço autobiográfico, de Philippe Lejeune e de espaço biográfico contemporâneo, de Leonor Arfuch, procuramos analisar duas situações: (i) a maneira como a biógrafa constrói a imagem de Domitila, (ii) como Domitila constrói sua representatividade, na condição de mulher e como representante de seu povo na Bolívia. Paralelamente, (iii) procuramos identificar elementos argumentativos que possam corroborar a proposição de que a Literatura de Testemunho apresenta como estatuto uma política identitária, exemplarizante, por isso pode ser considerado um veículo de capital importância na denúncia de arbitrariedades dos sistemas coercitivos na América Latina, nas décadas de 1970 e 1980, as quais causaram muito sofrimento à classe trabalhadora. A análise permitiu mostrar que é a partir da edição revista e ampliada que a biógrafa constrói uma imagem de Domitila a qual legitima seu testemunho, e que Domitila efetivamente constrói sua representatividade, uma trajetória digna de ser reconhecida como exemplo a ser seguido.
Referências
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