A presença da religiosidade no romances de J.-K. Huysmans: ficção ou relatos de um alter ego?
DOI:
https://doi.org/10.47677/gluks.v24i3.492Palavras-chave:
J.-K. Huysmans, Alter ego, Literatura francesa, Século XIXResumo
No final do século XIX, Joris-Karl Huysmans lançou romances inspirados pelas características do movimento naturalista e seguiu desenvolvendo um estilo inovador, buscando se distanciar das regras que reprimiam sua criatividade. Entre 1891 e 1903, o romancista escreveu uma sequência de quatro obras cuja temática girava em torno da religiosidade, tendo Durtal como protagonista. Ao elaborar uma personagem que desejava conhecer o satanismo e o cristianismo, induziu a crítica e o leitor a crerem que as obras constituíam um estudo de personagem do qual o próprio Huysmans fazia parte. A crença do autor também suscitou discussões de que Durtal tivesse sido criado como um alter ego, o que, para uns, era uma maneira de contar sua história pessoal e, para outros, de promover a venda de seus livros. Entretanto, mais do que a história de Durtal ou lições de ortodoxia católica, Là-bas (1891), En route (1895), La cathédrale (1898) e L’oblat (1903) foram desenvolvidos a partir das manifestações artísticas pesquisadas por Durtal. Para analisar todo o contexto de realização dessas obras, utilizaremos uma entrevista feita com Huysmans e dois prefácios escritos por ele, pois estes textos têm apontamentos relevantes para o entendimento do método de escrita do autor.
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