Emoções de formadores/as de professores/as no estágio supervisionado

Uma reflexão colaborativa e decolonial

Autores

  • Eduardo Henrique Diniz de Figueiredo Universidade Federal do Paraná
  • Lívia Fortes Universidade Federal do Espírito Santo
  • Kyria Finardi Universidade Federal do Espírito Santo

DOI:

https://doi.org/10.47677/gluks.v23i3.406

Palavras-chave:

emoções, estágio, colonialidade, formação do formador

Resumo

Neste artigo, apresentamos reflexões sobre um trabalho colaborativo realizado por nós (três docentes de duas universidades federais brasileiras) na disciplina de Estágio Supervisionado 1 de uma universidade pública no sudeste do país. A partir de material empírico gerado através de um diário reflexivo compartilhado e de conversas em um grupo de WhatsApp, exploramos, mais especificamente, as maneiras em que nossas emoções foram sendo transformadas ao longo do semestre em que o estágio aconteceu, bem como as formas com que buscamos lidar com elas quando confrontados com situações adversas. Nossas reflexões nos levaram à compreensão de que vivenciamos tensionamentos complexos entre sentimentos de medo e angústia, por um lado, e esperança e empatia, por outro. Ao discutir estes resultados, ponderamos sobre como nosso sentir e agir estava atravessado pela colonialidade, bem como pelo desejo de romper com ela.

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Publicado

2024-02-29

Como Citar

Diniz de Figueiredo, E. H., Fortes, L., & Finardi, K. (2024). Emoções de formadores/as de professores/as no estágio supervisionado : Uma reflexão colaborativa e decolonial. Gláuks - Revista De Letras E Artes, 23(3), 01–30. https://doi.org/10.47677/gluks.v23i3.406