Uma pesquisa narrativa pelas experiências de professoras de línguas buscando viver histórias multilingues e decolonizadoras

Autores

  • Valeska Souza Universidade Federal de Uberlândia
  • Cláudia Almeida Rodrigues Murta
  • Viviane Bengezen

DOI:

https://doi.org/10.47677/gluks.v20i1.179

Palavras-chave:

Decolonização do ensino de línguas; Prática docente; Pesquisa Narrativa.

Resumo

Orientadas autobiograficamente, neste artigo, as autoras têm como objetivo explorar práticas docentes, sob uma perspectiva decolonial, a partir de propostas de ensino e de extensão na área de Linguística Aplicada. Elas socializam sua compreensão de práticas docentes decoloniais que considerem a importância do ouvir as diferentes vozes e de não marginalizar lugares geográficos e de fala aos quais não são atribuídos status no contexto contemporâneo de globalização e de relações de poder top-down. As propostas apresentadas para a análise vêm de três experiências vividas pelas pesquisadoras, ao ilustrarem um fazer docente que rompe com a valorização de decisões autoritárias e normalizadas no espaço escolar e acadêmico. O lugar como foco de tensões e possibilidades e os medos, dúvidas e incertezas nas paisagens do conhecimento de professores são os fios que perpassam as experiências vividas e que são discutidos. As autoras observam que suas experiências se distanciam de uma abordagem de ensino de línguas sistêmico e estrutural e abrem caminhos para se pensar quais práticas são necessárias para a valorização do local e quais parâmetros devem ser considerados na operacionalização de um currículo que honre o fazer docente decolonial, alinhado a uma formação antirracista e anti-opressiva de professores de línguas.

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Publicado

2020-11-26

Como Citar

Souza, V., Almeida Rodrigues Murta, C., & Bengezen, V. (2020). Uma pesquisa narrativa pelas experiências de professoras de línguas buscando viver histórias multilingues e decolonizadoras. Gláuks - Revista De Letras E Artes, 20(1), 28–48. https://doi.org/10.47677/gluks.v20i1.179